O retorno do Irã ao mercado de petróleo está demorando muito mais do que o esperado. A situação foi ainda mais complicada pelos recentes ataques perto do Golfo de Omã na semana passada, quando os EUA, Israel e o Reino Unido culparam Teerã por isso. Além disso, as negociações foram prejudicadas pela mudança de presidência em Teerã. E parece que mesmo que os aliados decidam abandonar uma resposta militar, as chances de que os EUA aliviem as sanções são remotas. As discussões sobre o acordo nuclear de 2015 também chegaram a um impasse, mas diplomatas esperam que o Irã retome as negociações, liderado pelo novo presidente Ebrahim Raisi. Restaurar o acordo é muito importante para o Irã porque é a chave para aumentar a produção de petróleo. O petróleo está sendo negociado atualmente a $70 dólares.

Antes de retomar as negociações, Raisi e o líder supremo Ali Khamenei estão discutindo se o Irã precisa de garantias de que o atual governo dos EUA não se retirará de nenhum acordo como fez Trump. Além disso, o Irã insiste na retirada das sanções em todas as áreas: navegação, bancos, exportação de energia. Washington teme essas demandas, sem mencionar que há outro obstáculo - o JCPOA ou o plano de ação abrangente conjunto para acabar com o tratado, criado para restringir as atividades nucleares do Irã de modo que levaria um ano inteiro para construir uma bomba. Algumas autoridades americanas acreditam que, nos últimos três anos, os cientistas iranianos fizeram progresso suficiente para criar armas atômicas em poucos meses. Em qualquer caso, o Irã e os Estados Unidos expressaram desejo de continuar as negociações. Washington vê o acordo como uma forma de ajudar a estabilizar o Oriente Médio, enquanto o Irã quer aproveitar a oportunidade para remover as sanções que afetam sua economia. Muito provavelmente, um acordo será alcançado em setembro. Se isso acontecer, o Irã poderá aumentar a produção de petróleo em 1 milhão de bpd.